O bibliotecário digital deve possuir
conhecimentos dos instrumentos e métodos de catalogação eletrónica (metadados);
dominar as tecnologias da informação; conhecer os aspetos relacionados com a
lógica e a estratégia de pesquisa; conhecer formatos e linguagem da web (html,
xml, sgml); possuir um pensamento lógico; ser criativo; entender as
peculiaridades do acesso a banco de dados, redes de biblioteca e demais fontes
eletrónicas; conhecer software de
aplicativos utilizados nas bibliotecas; conhecer as normas de Direito Autoral;
possuir conhecimentos dos protocolos de informação (por exemplo, Z39.50).
Contudo, deve continuar a ter conhecimentos
relacionados com a administração de arquivos, gestão de documentos, organização
de fundos documentais e tratamento técnico de acervos bibliográficos.
O
bibliotecário digital deve ser dinâmico e criativo, isto é, ser capaz de
resolver, rapidamente, problemas que possam surgir no momento, devendo possuir,
por isso, capacidade para aprender constantemente e depressa; deve ter
facilidade em partilhar conhecimentos, ou seja, adaptar-se ao trabalho em equipa
e ter um bom relacionamento interpessoal com os que o rodeiam; deve ser
flexível, adaptando-se a qualquer situação com que se depare e respeitar as
decisões/conclusões que sejam tomadas/encontradas.
O
bibliotecário digital deve ser capaz de fornecer a informação certa, no momento
certo, para o fim a que se destina, ou seja, deve possuir perspetivas de
serviço público.
O
bibliotecário digital deve possuir o entendimento dos conceitos básicos de
informática e das ciências da informação, a capacidade de aprender, avaliar e
utilizar as diversificadas ferramentas e aplicações informáticas que possam ser
úteis ao exercício das suas funções.
A
globalização e o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e
comunicação têm provocado profundas transformações no mundo. A massificação do
uso da internet e o acesso às novas tecnologias transformaram profundamente
tanto a nossa vida social como a nossa vida profissional e até a forma como
aprendemos ou ensinamos. Estas transformações foram sentidas, igualmente, no
mundo das bibliotecas: não só a informação, considerada, atualmente, como
peça-chave essencial ao conhecimento humano, passou a desempenhar um papel
fundamental no dia-a-dia dos seres humanos, como o ênfase dos serviços deixou
de centrar-se na coleção/posse do livro como objeto físico, passando a focar-se
no utilizador e na informação. As bibliotecas, como organismos vivos que são, têm
vindo a desenvolver novos serviços, adaptando-se às novas realidades, a novos
suportes de informação e a novas formas de comunicação em rede.
Atualmente,
as bibliotecas tradicionais, as bibliotecas digitais e as bibliotecas hibridas
coexistem pacificamente, sendo que os serviços que prestam dependem, em grande
parte, do grau de adaptabilidade de cada uma delas ao mundo digital. No
entanto, esses serviços são sempre pensados tendo em conta os utilizadores,
fator que condiciona o tipo de serviços prestados e inclusivamente a forma como
estes são prestados. No caso das bibliotecas digitais há dois fatores a ter em
consideração quando falamos em serviços prestados: a universalidade dos
utilizadores e a acessibilidade aos documentos. Com o fim de barreiras físicas
ou temporais que condicionem a acessibilidade à biblioteca, os utilizadores
digitais podem ser de uma enorme variedade, difícil de prever, competindo aos
profissionais da informação antever e proporcionar serviços que tenham em
consideração a universalidade dos utilizadores, reais e potenciais, assim como
a sua diversidade linguística e cultural.
Mantendo
sempre o seu propósito principal de disponibilizar informação, bibliotecas por
todo o mundo investem cada vez mais em serviços de referência online, usando
todas a inovações tecnológicas e comunicacionais ao seu alcance, que lhes
permitam chegar aos seus utilizadores. Telefone, fax, e-mail, formulários web,
SMS, online chat, vídeo chat e, mais recentemente, as redes sociais são formas
comuns, adotadas pelos serviços de informação no contacto com os seus
utilizadores.
Não
menos importantes, no entanto, são os serviços prestados diretamente
relacionados com a acessibilidade aos documentos, ou seja, os serviços de
atendimento e ajuda ao utilizador, nomeadamente: os serviços de help desk,
linhas telefónicas de ajuda, instruções, guias e manuais de pesquisa, etc. Um
dos aspetos mais importantes para as bibliotecas será sempre a formação dos
utilizadores e o desenvolvimento da sua autonomia digital e informacional.
Referências:
Leitão, Paulo Jorge Oliveira (2010). Conteúdo gerado pelos utilizadores: desafios para as bibliotecas. Cadernos Bad, 1/2, pp 113-146.
Mendonça,
M. F. A. (s. d.). O moderno profissional da informação e seu perfil face aos
novos tempos. Acedido em 23 de abril de 2012 em http://www.biblioteca.sebrae.com.br/.
Rodrigues,
E. (s. d.). Os novos tempos de uma velha profissão: perfis e competências dos
bibliotecários na revolução digital. Acedido em 23 de abril de 2012 em
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/421/1/APDIS98.pdf.
Witten, Ian H. ; Bainbridge, David ; Nichols, David M.
(2010). How to build a digital library. 2nd ed. Burlington: Elsevier.
Referências:
Caldeira,
Pedro Zany (2003). A usabilidade das bibliotecas digitais: a perspetiva dos
leitores/utilizadores. Cadernos Bad, 2, pp 18-32.
Comissão
de Ética para os Profissionais da Informação em Portugal (1999). Código de Ética para os Profissionais de
Informação [Em linha]. Lisboa : Comissão de Ética para os Profissionais da
Informação em Portugal. [Consult. 21 Fev. 2012]. Disponível em
WWW:<URL:www.apbad.pt/Downloads/codigo_etica.pdf>
Dutra,
T. N. A.; Carvalho, A. V. (2006). O profissional da informação e as habilidades
exigidas pelo mercado de trabalho emergente. Encontros Bibli: Revista
Electrónica de Biblioteconomia e Ciências da Informação, Florianópolis, nº22,
2º sem., 178-194. Acedido em 23 de abril de 2012 em
www.brapci.ufpr.br/download.php?dd0=11886.
Leitão, Paulo Jorge Oliveira (2010). Conteúdo gerado pelos utilizadores: desafios para as bibliotecas. Cadernos Bad, 1/2, pp 113-146.
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