terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

LEITURA DE IMAGEM FIXA

 

Grelha de leitura de imagem fixa
Tipo de imagem
 
Cartaz de campanha publicitária
Assunto
 
Campanha: "Violência Doméstica"
Agência: Euro RSCG
Ano: 2011
 
Composição da imagem/ elementos que compõem o quadro
 
Fotografia a cores, de meio corpo, de forma frontal, de um jovem, de raça branca, com um braço engessado ao peito, um olhar triste e infeliz. O cabelo é ligeiramente comprido, preto, a cor dos olhos é pouco nítida, dando a ideia de que são de cor escura (castanho ou preto). Veste um polo branco, com debrum interior quadriculado, branco e castanho. Espaço interior, com fundo trabalhado, com iluminação direta sobre a imagem do jovem. No lado superior direito, encontra-se o símbolo da APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, dando-nos a informação que é de sua iniciativa. A meio da imagem temos informações relacionadas com a temática abordada na campanha.
Carga simbólica
 
  • braço engessado ao peito: violência a que esteve sujeito no ambiente familiar;
  • olhar triste e infeliz: simboliza a vida que tem em casa, a sua insegurança num ambiente que o devia acarinhar e proteger, mas que o agride e trata de forma violenta.
Funções da imagem
 
  • função estética: imagem bem coordenada, chamando a atenção para uma situação que, infelizmente, é bastante frequente na nossa sociedade;
  • função referencial e descritiva: testemunha uma realidade com o objetivo de chamar a atenção para o que se passa à nossa volta;
  • função narrativa: a imagem relata um episódio da vida doméstica;
  • função argumentativa: a imagem visa persuadir quem a vê.
 
Relação do facto com o seu modo de representação
Imagem de campanha publicitária cujo sentido se fundamenta numa campanha que chama a atenção, com destaque, para o facto de "Em 2010, 3.701 crianças caíram das escadas várias vezes seguidas". "E milhares de portugueses continuam a fingir que não veem. Todos os dias, crianças são vítimas de violência doméstica. Não contribua para que esta situação continue. Quebre o silêncio." Este parágrafo aparece com um tamanho de letra mais pequeno, o mesmo acontecendo com os locais para os quais se pode fazer a participação deste tipo de situações. Esta imagem acentua a pouca atenção que os pais dão aos filhos e/ou a forma violenta como os tratam.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

LEITURA DE IMAGENS EM MOVIMENTO: UM ENCAMINHAMENTO PARA A LEITURA DE MUNDO

Resumo: O presente trabalho tem por temática o estudo de que a leitura de mundo pode desenvolver a reflexão sobre o ato de estudar para a ampliação dos conhecimentos científicos. Possibilitar aos alunos mudanças tanto científicas e conceituais quanto ideológicas proporcionam uma melhor compreensão histórica e social e uma nova mentalidade sobre conteúdos estudados. O objetivo deste artigo é o de contribuir para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem e entender a importância do conhecimento escolar, repensando e refletindo com alunos, sua vida escolar, buscando por meio da leitura de imagens em movimento e de mundo desenvolver o hábito de estudos e pesquisas, numa rotina diária e sistematizada. Para tanto, o referencial teórico-metodológico está centrado na perspectiva histórico-cultural, refletindo sobre a trajetória histórica da escola, sua função social, a formação da mente numa perspectiva do sujeito social e histórico, estudando as origens sociais da linguagem e do pensamento, de acordo com Vigotski (1994), assim como leituras de imagens em movimento como possibilidade de contribuir para desenvolver a leitura de mundo e a autonomia dos alunos. Trata-se de uma pesquisa em andamento, promovido pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, cuja intervenção pedagógica será implementada no Colégio Estadual Marcelino Champagnat, com atividades planejadas para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. A partir da leitura de imagens em movimento se buscará desenvolver e ampliar a leitura de mundo, com atividades críticas e significativas, de modo que os alunos possam desenvolver sua autonomia, num processo sistematizado e organizado de formação escolar.

Palavras-chave: Perspectiva Histórico-cultural; Leitura de mundo; Imagens em movimento; Educação.
 

Leitura de imagens do Renascimento


Leitura de Imagens como Facilitadora para Interpretação de Textos

O desenvolvimento da competência textual com o auxílio de imagens é de grande valia para os que estão se inserindo no âmbito escolar, tendo em vista que as pessoas, ainda na idade infantil, são introduzidas na sociedade a partir de leituras visuais (de mundo), para, a partir delas, dar início às textuais.

O sistema de símbolos dos ancestrais comprova a presença contínua das imagens no cotidiano humano. Foi a partir dele que surgiu o alfabeto, um sistema de códigos, que hoje é identificado e internalizado por letras utilizadas como aparato para escritura e leitura, mas que não passam de desenhos, os quais se conseguem decodificar.
A época em que determinados textos foram escritos interfere na sua decifração e consequentemente na sua interpretação, como também os leitores de uma mesma obra podem ser de diferentes meios culturais, e isso pode causar interferência nas possíveis conclusões da leitura. Além disso, o que o autor quer passar muitas vezes não vai coincidir com a compreensão de quem o lê.
A presença de ilustrações, acompanhada com a leitura de textos, pode ser uma grande aliada na ampliação dos possíveis fins que as escrituras intencionam. Com as turmas das séries iniciais, a apresentação de figuras acompanhada do texto expande a imaginação e favorece a relação de mundo dos pequenos.
Uma possibilidade de atividade lúdica a ser proposta ao estudante é torná-lo o ilustrador de determinada história lida por ele e por seus colegas. A variedade de interpretações e transposições para o papel tende a ser infinita e servir de subsídios para atividades seguintes, envolvendo discussões acerca do que cada um desenhou e suas relações com o texto.
Outro exemplo ocorre ao se apresentar um gênero textual – uma poesia, por exemplo – a uma turma de ensino médio e junto dela várias obras de artes representando seus personagens, e estes criados por diferentes autores. Isto mostra a amplitude da imaginação e as possibilidades de interpretação aos olhos de diferentes pessoas, o que pode ajudar na criticidade de quem lê ao mostrar-lhe as configurações que os escritos podem carregar, considerando que o leitor constrói o texto com o autor e este pode tornar-se um criador invisível a partir dos elementos que estão ao seu alcance.
A apresentação simultânea de obras de arte e/ou ilustrações com vastas probabilidades no ensino e aprimoramento de leitores independentes é uma questão bastante discutível, e a sua efetivação é de suma importância para a introdução de diferentes autores consagrados, tanto criadores de imagens como elaboradores de textos.
Da mesma forma que o efeito surtido pode ser bom, o contrário também é possível, visto que pode ocorrer a manipulação de ilustrações para focar a interpretação num sentido único, causando alienação e/ou concordância sem maiores questionamentos, principalmente dos que não estão num nível de leitura autónomo. A subestimação das classes intelectualmente mais frágeis é uma realidade mundial e torna-se mais relevante quando se trata de Brasil, e as estatísticas comprovam essa deficiência leitora nacional.
Sendo assim, um cuidado primordial é quanto ao grande número de informações impostas ao indivíduo. Não é válido “jogar” aos estudantes inúmeras gravuras sem conexão, que impeçam o afloramento da criatividade e da imaginação. Há que se frisar que as imagens devem servir como aparato, como opção e acréscimo ao desenvolvimento da leitura entre os alunos, e não como solução e simplificação da importância que é o ato de ler, compreender e interpretar.
Muito se fala sobre a leitura de imagens para crianças, literatura infanto-juvenil, porém a idade adulta, em muitos casos, também é muito desfasada e incompleta no que diz respeito a leitura e compreensão. O acompanhamento de imagens como complemento para a formação de leitor independente é uma realidade que pode trazer frutos às iniciativas de tornar autônomos os leitores, visto que o analfabetismo é uma barreira quebrada nos âmbitos mercadológicos e o problema crucial encontrado atualmente é a falta de letramento entre os indivíduos considerados alfabetizados.
A deficiência da escola e dos professores também é um fato bastante alarmante no que diz respeito à não formação de leitores críticos. A falta de estímulo dos docentes em relação ao trabalho dos estudantes é um dado presente na sociedade brasileira. A falta de material didático disponível e a acomodação dos educadores inibem um possível crescimento intelectual dos aprendizes.
A escola é o ambiente em que o aluno, muitas vezes, tem o primeiro contato com leitura textual e suas possíveis vertentes. Aqui, inclui-se a apresentação de obras de arte como complemento, além de outros gêneros visuais que podem se interligar com os escritos.
Sendo assim, é relevante que o educador apresente as mais variadas formas de expressão aos educandos, visando potencialmente à leitura literária, além de oferecer subsídios intertextuais aos discentes com base no acervo imagético adquirido com a visualização diária das imagens do cotidiano de cada um.
Referencias:
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. 2. ed. São Paulo: Ática, 1986
 

ANÁLISE DOCUMENTÁRIA DE FOTOGRAFIAS: Leitura de Imagens Incluindo sua

RESUMO: Trataremos, aqui, da Análise Documentária de imagens fotográficas. A descrição e a extração de unidades de indexação (descritores ou palavras-chave) de uma fotografia demandam regras e métodos específicos. A metodologia proposta direciona a análise para a importância da Dimensão Expressiva da imagem fotográfica. Apresentamos, também, aproximações relativas ao conteúdo genérico, ao conteúdo específico e ao significado das imagens fotográficas.
 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Metodologias de observação de documentos (Imagens fixas)


Método formalista
Estuda a formação da obra de arte na consciência do artista.
As formas exprimem um conteúdo próprio.
Pressupõe a existência de modelos formais próprios.

Parte da pura visibilidade, onde as formas têm um conteúdo significativo próprio, que não se detém na descrição ou ilustração, mas na representação universalizada ou idealizada. Apela para aquilo que vemos através da observação, através dos olhos, ou seja, os esquemas formais, os contrastes, as cores, a distribuição das linhas. Estuda a formação da obra de arte na consciência do Artista. Pressupõe a existência de modelos formais próprios que exprimem uma conceção de mundo e de espaço. Formas exprimem um conteúdo próprio – a “pura visualidade”. Despreocupação com o tema, o sentimento, as emoções, harmonia das formas e preocupação com as proporcionalidades

Método sociológico
Estuda a génese e existência da imagem na realidade social.
A imagem veicula uma história  social vista no espelho da arte.

O artista estabelece uma comunicação entre a imagem e o grupo social, a obra de arte é produzida no interior de uma sociedade e de uma situação histórica específica. Estuda a génese e a existência da imagem na realidade social. Já é necessário ter conhecimentos sobre a imagem e neste caso interessa o contexto sociológico. É necessário descodificar toda a informação que a imagem nos transmite. A imagem veicula (muitas vezes) uma história social vista no espelho da arte. A obra de arte é determinada por interesses que a circundam. Nenhuma arte tem um valor universal, variando de época para época e de lugar para lugar e é sempre um facto social por ser linguagem

Método iconológico
Parte da premissa de que a atividade criativa tem impulsos ao nível do inconsciente individual e coletivo em que a iconologia é o percurso a imagem na imaginação.

Para PANOFSKY iconologia deriva do sufixo “grafia” e denota algo descritivo, o sufixo “logia” deriva de logos, quer dizer “pensamento” e denota algo interpretativo. Assim, iconologia é, portanto, um método de interpretação, advindo da síntese mais do que da análise. Não se trata de falar somente do que se vê, mas de compreender os significados implícitos, que exigem um longo caminho de construção do pensamento. Parte da premissa de que a atividade criativa (artística ou não) tem impulsos ao nível do inconsciente individual e coletivo, sendo a iconologia o percurso da imagem na imaginação. Neste caso já é necessário saber tudo sobre o que a imagem nos transmite. A história da arte estuda imagens enquanto linguagem, enquanto a iconologia as estuda como elemento simbólico

 Método estruturalista
Este método visa o estudo do sinal.
Os significantes e a comunicação.
A duplicidade da informação seja ela estética ou não.

Método que apela para o estudo do sinal – os significantes e a comunicação. O estudo do sinal (semiologia) parece ter tendência para subtrair o estudo da arte às metodologias históricas, instituindo-o como ciência absoluta, substituindo a versatilidade das interpretações pela decifração rigorosa dos sinais, mediante a determinação dos códigos. A duplicidade da informação – estética e não estética. A arte é comunicação e, portanto, está ligada à linguagem. A arte é expressiva e por si só uma linguagem, é um organismo que vive por conta própria, exprime a personalidade de seu autor. Revela um sentido das coisas, ensina uma nova maneira de olhar e ver a realidade

Fonte: ARGAN, Guilio Carlo; FAGIOLO, Maurizio, Guia de História da arte, Editorial Estampa, 2ª Edição, 1994,